O potiguar AUGUSTO SEVERO DE ALBUQUEQUE MARANHÃO, nascido em Macaiba-RN, no dia 11 de janeiro de 1864, é considerado como o "Mártir da Tecnologia Aeronáutica" e seu tenaz esforço em conquistar os espaços, faz com que - merecidamente - seja visto como um dos pioneiros brasileiros dessa sublime aspiração, ao lado de nomes famosos como o paulista Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, o paraense Júlio César Ribeiro de Souza e o mineiro Alberto Santos Dumont, este cognominado, com justiça, "o Pai da Aviação". Augusto Severo, foi o primeiro brasileiro a pagar, com a sua vida generosa, a satisfação do ideal que abraçara. Sua vida e seus feitos ficarão sempre na história aviatória do Brasil.
A intrepidez, a coragem e o desprendimento são virtudes inseparáveis à figura de Severo, ele foi tragado pela sua própria invenção, o PAX, em 1902, aos 38 anos de idade, a qual, todavia, sagrou-o para a imortalidade, para o reconhecimento dos pósteres e exemplo para as novas gerações de aviadores brasileiros. O biógrafo Augusto Fernandes traçou em poucas palavras a personalidade de Augusto Severo: "físico avantajado era o espelho fiel de espírito vigoroso. Figura simpática, sabendo o que dizia e trazendo-o desembaraçadamente, com os olhos mansos, o sorriso fácil e os gestos aristocratas, conquistava sem dificuldade as pessoas mais esquivas".
Augusto Severo era filho de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e dona Feliciana ( Xana ) Maria da Silva Pedroza de Albuquerque Maranhão, irmão de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão e de Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão, que por mais de uma vez dirigiram os destinos do Estado do Rio Grande do Norte, como seus governadores. Severo, professor de matemática, diretor do velho Atheneu, abolicionista, líder político, orador, deputado federal, inventor da dirigibilidade dos balões semi-dirigidos ( navio de alto-mar, como ele chamava), criador do "PAX" que cortou os céus de Paris, lírico e apaixonado.
No dia 12 de maio de 1902, no parque Vaugirad em Paris, fez manobras durante 10 minutos com o seu balão, realizou círculos fechados apresentando figuras em forma de oito, provando a operacionalidade do invento e a sua habilidade em manejá-lo. O balão pareceu tomar o seu rumo com destino ao ponto prefixado. Subitamente, quando o "PAX" achava-se aproximadamente a 400 metros de altura, o balão apresentou-se envolto em chamas e segundos depois uma violenta explosão se fez ouvir. Terminara o sonho de Augusto Severo. Morreram ambos, Severo e Sachet, tendo seus corpos caídos carbonizados na Avenue du Maine de Paris. Não se sabe ao certo a causa do acidente, há quem diga que numerosas pessoas, em tempo, advertiram Severo para o perigo da localização do tubo de escapamento do motor, disposto no apêndice do balão, mas Severo, não convencido, persistiu no erro, desprezando a advertência.
Segundo o jornalista Georges Caye, testemunha do acidente, Severo havia imaginado utilizar motores elétricos e pilhas muito potentes, mas não podendo demorar-se em Paris (seu mandato de Deputado chamava-o de volta ao páis), aconselharam-no a substituir os motores elétricos, cuja construção seria lenta e onerosa, por motores a explosão Buchet. O inventor tinha receio de empregar o motor a petróleo: "Se eu dispusesse ainda de dinheiro e de tempo não hesitaria um só instante em mandar construir meus motores elétricos (...) considero com pavor esse foco de calor em baixo de meu balão".
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